SINVAL SANTOS

"A todo e qualquer momento,

Em toda e qualquer ação

Deixe fluir o sentimento

Leve da meditação."

sexta-feira, 25 de junho de 2010

VISITA DE LULA A ALTAMIRA

Caros companheiros

Li a nota com atenção e pesar, governo Lula e suas contradições todas já conhecemos, o triste de tudo isso é que não há referência à participação dos indios nos protestos ou sobre suas insastifações o que me parece já deixar claro o abandono da causa por parte das tribos indígenas, isso nos mostra que todo movimento ambiental precisa realmente avançar em busca de uma consciência mais profunda sobre transformação do ser.
Historicamente vemos vários registros de tribos indígenas que serviram aos brancos para dizimar outras tribos que ressistiam aos seus desmandos, assim como, grupos africanos que aprisonavam e lucravam com o envio de seus inimigos tribais para serem escravizados em outros países.
E o que fica para a história daquelas manifestações que encantavam pela exuberancia da participação indígena? E assim, KARARÔ, nome inicial, belo e significativo, resistência na linguagem e na alma indígena acabou cedo demais, cedendo espaço ao nome final BELO MONTE, tão rico em trocadilhos.
Percebo a validade de nos espaços educativos e culturais em que atuemos respeitando a cultura indígena, seu sofrimento e quase extermínio por culturas colonizadoras, mas também refletindo enquanto ser que busca a atenção completa, uma visão holistica, transdisiciplinar refletindo também sobre suas incoerências.
Não basta ser indio, ser negro, ser ribeirinho, ser trabalhador, ser militante precisamos nos exercitar permanentemente para sermos realmente atentos, coerentes , profundamente humanos, verdadeiramente honestos, pois a verdadeira transformação começa por nós mesmos e o mal que está em nós geralmente é o mais difícil de se combater justamente por não conseguirmos ou não querermos ver.
HÁ BRAÇOS
Sinval Santos
Mensagem encaminhada ----
De: Etétuba
Para: Fórum Permanente das Culturas do Pará ; "iticacultural@ yahoogrupos. com.br" ; aaepa
Enviadas: Sexta-feira, 25 de Junho de 2010 12:28:03
Assunto: [aaepa] Re: [Cmi-pan-amazonico] FW: Nota sobre a visita de Lula ao Pará






Em 25 de junho de 2010 12:17, robson martins roots native escreveu:


Nota sobre a visita de Lula ao Pará

Surdo, cego e displicente


Um forte aparato de repressão, composto pela Força Nacional, pela Tropa de Choque e pela polícia militar, impediu que o protesto de cerca de 400 ribeirinhos, pequenos agricultores, estudantes e professores contra a hidrelétrica de Belo Monte chegasse ao presidente Lula esta semana, em Altamira (PA).



O representante do governo federal, Geraldo Magela (colaborador do ministro Luis Dulci, da Secretaria Geral da Presidência), esteve à frente das forças policiais que bloquearam o acesso dos manifestantes ao Estádio onde Lula falou à população. Lideranças sociais foram fichadas, houve revista pessoal e apreensão de faixas ou qualquer material contrário a Belo Monte.



Não bastasse serem impedidos de levar suas demandas ao presidente, os ameaçados pela usina foram publicamente humilhados, chamados de meninos, ignorantes. Procurando comparar-se a eles, Lula afirmou que, em sua juventude, acreditou em disparates como terremotos, mudança do clima ou do eixo do planeta, causados pela hidrelétrica de Itaipu. “Se eles [os manifestantes] tivessem paciência para ouvir”, disse Lula... Se ele tivesse essa paciência, saberia que os medos da população do Xingu não são fanatsiosos. São medos reais de quem está ameaçado pela destruição de seu lar, de seu modo de vida, de suas fontes de sobrevivência, e de toda a imensurável beleza que faz a vida valer a pena no Xingu.



Cegado pela displicência, o presidente não viu que os rostos dos que tentaram se fazer ouvir eram morenos, brancos, negros, vincados e queimados de sol, e suados com o calor que tanto o incomodou. Não eram “gringos”, como disse Lula na sua próxima parada, em Marabá.



“Nós precisamos mostrar ao mundo que ninguém mais do que nós quer cuidar da nossa floresta”, disse Lula. Nós? O governo, que faz as obras que destroem e atraem a destruição das matas? Não, somos nós os que sabemos cuidar da floresta, aqueles que estamos tentando nos fazer ouvir desesperadamente. Somos os que historicamente cuidamos da natureza, porque ela é tudo que temos.



Lula falou em R$ 4 bilhões “para cuidar do povo ribeirinho”. Isto deve nos alegrar? Deve pagar a destruição de nossas vidas, e das vidas das futuras gerações? Devemos comemorar e nos calar?



Esta semana no Pará, houve espaço para uma só voz, arrogante, displicente e prepotente. Lula, o governo federal e o governo estadual, que até hoje não se dignaram a ouvir os apelos dos ameaçados por Belo Monte, novamente ignoraram e deram as costas aos ribeirinhos, agricultores e moradores das palafitas de Altamira, e aos seus medos e sonhos. Novamente, a despeito da expectativa e da ansiedade de serem ouvidos, estes cidadões tiveram a porta batida em suas caras.



Altamira, 23 de junho de 2010



Movimento Xingu Vivo para Sempre, Via Campesina (MAB, CIMI, CPT, PJR, FEAB, ABEEF), MMCC, UJS, Consulta Popular, DA-UFPA, PJ, SINTEPP, Movimento Negro - CFNTX, Pastoral da Criança, Forum Popular, SOS Vida