Acredito
que tenhamos que ficar mais atentos e preocupados, pois esses últimos tempos em
que se observa pessoas cheias de ódio pedindo o retorno da ditadura estão culminando
com os dias sombrios de setembro em que a Prefeitura de Belém retoma a ordem de realização dos desfiles
estudantis e essas ordens são obedecidas mesmo com tantas mazelas acontecendo
nas escolas em que se esquecem os
problemas que já eram comuns, como a
falta de construção de um PCCR (Plano de Carreira Cargos e Salários) que nos
leve à um salário digno e boas condições
de trabalho, a falta de democracia, pois carecemos do direito de escolher através do voto nosso
próprios gestores, a falta de salas
ventiladas, a falta de água para os professores beberem que tem que pagar pela
mesma, ou tomar a água que os alunos bebem que é de má qualidade, salas de aula
superlotadas e mal ventiladas aliadas a falta de água não só na escola, mas
também no bairro de maneira infernal e
permanente que reforçada pelo calor das
salas aumenta o mau humor e violência no
interior e no entorno das escolas, fazendo adoecer educadores e alunos. Nesse
assunto, temos que ter uma atenção especial, pois vale lembrar a crise do
abastecimento de água que o governo do PSDB
está conseguindo promover em São Paulo e ficar cauteloso com sua
política de privatização em que vende se o patrimônio público e não se vê bons
resultados, como fizeram com a CELPA.
Poema-canção "E Viva o Brasil" |
Tem acontecido também, redução de equipes de
trabalho como aconteceu com os técnicos da EJA e com os técnicos lotados em escolas
recentemente transferidas, a crescente diminuição de turmas do noturno redundando
em diminuição de cargas horárias. Nesse quadro caótico, vemos profissionais que tem que entrar com
recursos na justiça para garantir suas
vagas nos concurso ou para conseguirem ter direito à aposentadoria e com tudo
isso acontecendo ainda vemos os educadores participando e incentivando os
alunos que atendem com alegria embora
saibamos que muitos pais deram como resposta que não deixariam seus filhos
participarem justamente por estarem insatisfeitos com a gestão municipal.
E assim, vale lembrar a necessidade que
temos de protestar como fizeram recentemente com apoio do SINTEPP e dos movimentos estudantis, alunos juntamente
com professores da Escola Estadual Integrado Francisco Nunes, outras escolas do
bairro da Marambaia e muitas outras
escolas sob a administração do governador Simão Jatene em Belém e pelas
diversas localidades do Pará, descontentes
com o tratamento não só visualizado nos espaços escolares, mas com o que recentemente temos visto acontecer contra os professores da rede estadual com descontos
indevidos, injustos e equivocados em seus salários.
Para reforçar esses movimentos sem perder a
ternura, precisamos retomar ações artísticas nas praças, centros comunitários,
escolas e igrejas nos bairros como o “Show da Independência” organizado por
membros da Teologia da Libertação nos anos 80 na Igreja Nossa Senhora de Aparecida
tendo enquanto padre o João Maria Van Doren.
Precisamos participar do “ 21º Grito dos
Excluídos” que esse ano tem enquanto tema “Vida em Primeiro Lugar”, “Que país é
este, que mata a gente, que a mídia mente e nos consome?” Nesse movimento
encontramos muitas pessoas que estão lutando individualmente ou em grupos por
um mundo melhor pela base e mais próximos da população pobre como sindicatos,
associações, igrejas progressistas.
Precisamos retomar as marchas, não por uma
determinada escola com suas bandeiras e uniformes, mas, pela educação como um todo, livre, laica,
rebelde e pensante. Não por uma determinada
Pátria que separa os países com suas fronteiras e prepara nossos jovens para a
guerra conforme a vontade de velhos políticos em nome do patriotismo, mas sim,
em nome da fraternidade universal que permita acolher e ser acolhido enquanto refugiado
de conflitos promovidos e patrocinado por pessoas que acreditam no patriotismo, nas bandeiras, nas
fronteiras e na superioridade de suas
concepções em relação às dos países vizinhos.
Precisamos perceber que a independência tão
comemorada em uma data específica é uma grande farsa e que a independência
verdadeira precisa ser construída diariamente através do conhecimento da história
da humanidade e de nós mesmos com o livre pensar que não depende de pátria ,
religião, e de partido nenhum.